A alimentação artificial das abelhas requer o conhecimento da dinâmica das florações em redor dos seus apiários, com uma identificação exata das épocas de carência nutricional, que podem variar de ano para ano.
Tal como aconteceu noutros países, a moda da alimentação chegou ao nosso país, nunca tendo havido uma gama tão diversa de produtos para alimentar as abelhas.
Apesar muito positivo este avanço, leva a que muitas empresas vejam uma oportunidade de vender, colocando à disposição produtos que apesar de aptos para alimentação animal, não são indicados para as abelhas, e além disso criando a ilusão de necessidade constantes em nutrir as nossas abelhas.
Vender a todo o custo sem saber dar apoio ao apicultor levou e está a levar a que sejam muito comuns os casos de maus resultados, muitos em particular por pela má qualidade dos produtos e má administração das pastas, em períodos não adequados (ex: ausência de criação aberta, níveis altos de varroa e nosema, etc.);
É verdade que as épocas de carência nutricional são uma realidade, contudo, compete ao próprio apicultor saber identifica-las, evitando gastar dinheiro em vão.
Monitorizar colmeias é ver profundamente o que está a acontecer dentro da colmeia, como por exemplo analisar a geleia real que banha a criação aberta. As larvas estão secas e desidratadas? Estão brilhantes e a flutuar num oceano de geleia real?
Como monitorizar:
1. Verifique na entrada das colmeias se existe entrada de abelhas com pólen. Ausência de movimento de abelhas com pólen é indicativo de falta de florações fornecedoras de proteína;
2. Verifique se existem reservas de mel e pólen nos quadros laterais da colmeia e no bordo superior da criação;
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Figura 1 – Quadro com boas reservas |
3. Olhe com atenção para as larvas e verifique se estas estão a flutuar em geleia real ou estão secas ou com pouca geleia real;
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Figura 2 – Larvas bem alimentadas |
4. Pegue num quadro com abelhas e verifique se existem abelhas mais pequenas que outras. Abelhas anãs acabadas de nascer são um sinal de deficiências nutricionais;
5. Tenha atenção às condições meteorológicas semanais, de forma a identificar os períodos de tempo desfavorável que possam comprometer as reservas de alimento das suas colmeias;
Quando devemos alimentar as colmeias:
– Sempre que não haja reservas de mel e pólen;
– Sempre que verifique que as larvas estão secas ou com pouca geleia real;
– No final de inverno/início da primavera, no período de expansão das colónias, sendo este o período de maior mortalidade de colmeias por fome, pois têm muita criação e pouco alimento. Esta alimentação permite estimular as colónias, preparando-as melhor para a época de produção;
– No final do verão, logo após começarmos a verificar que a primeira floração de outono começa a surgir. Esta alimentação permite estimular as colónias, preparando-as melhor para o inverno;
– Sempre que verifiquemos a chegada de períodos de mau tempo (chuva e frio) numa época de expansão das colónias, havendo poucas reservas;
– Sempre que se introduzam rainhas, aumentando na taxa de aceitação e fecundação;
– Em desdobramentos ou enxames novos que precisem de ser ajudados a desenvolver. Não espere que seja a floração a ajudar na expansão dos novos enxames, basta o ano vir mau e já não enchem o ninho;
Quando não devemos alimentar as colmeias:
– Sempre que verifiquemos a entrada de néctar e pólen, havendo boas reservas, continuação de bom tempo e boas florações;
– Sempre que verifiquemos que as larvas estão bem alimentadas com geleia real (flutuam em geleia real);
– Nas épocas de repouso natural das colónias, que são normalmente acompanhadas de quebra de postura pela rainha (verão ou inverno);
Uma boa monitorização das suas colmeias é o seu melhor seguro, alimentando apenas quando é necessário.
A abelha ibérica, a abelha autóctone do nosso país é uma abelha que respeita os ciclos das florações havendo períodos que quebra a postura, deixando de haver criação. Normalmente estes períodos verificam-se de inverno, verão ou em ambas as alturas, dependendo da região do país. A ausência de criação não é um motivo para alimentar, é algo que é natural e devemos respeitar, isto caso as reservas das colmeias estejam boas.
Monitorize! Vai poupar dinheiro e aumentar o rendimento da sua exploração!
Porquê fazer o seu próprio alimento proteico:
– Mais económico, chegando a ser 500% mais barato;
– Maior qualidade e conhecimento das matérias-primas usadas;
– Formulação com base nas reais necessidades das suas colmeias;
– Possibilidade de adicionar produtos especiais (ex. prevenção da nosemose);
Alimentação de arranque:
A alimentação de arranque é uma alimentação que é usada após um período de repouso das colónias (verão ou inverno), “acordando” mais cedo a rainha, estimulando a mesma a pôr ovos e gerar criação.
RECEITA:
– Açúcar em pó;
– Xarope de Glucose e Frutose (Meliose 392176 ou Frutomix79);
– 10 ml de Promotor L por cada kg de pasta;
– 10 ml de Nozevit Plus por cada kg de pasta (prevenção ou tratamento de nosema ceranae)
Alimentação proteica (23% de proteína final):
Esta alimentação é usada apenas quando já existe criação aberta, seja de forma natural ou por estímulo da alimentação de arranque.
RECEITA:
– 7,5 kg de Farinha de Soja (Microsoja200);
– 2,5 Kg de levedura de cerveja (ApiDry);
– 8 Kg de Açucar em pó;
– 500 ml de água;
– 50 ml de óleo vegetal de milho por kg de pasta
Amassar com xarope de glucose e frutose (Meliose 392176 ou Frutomix79) até obter a textura pretendida (nem muito dura nem muito mole);
Apenas 1,45 euros o Kg de Pasta!!!
Adição De vitaminas e suplementos (Opcional):
5 ml de Nozevit por Kg de pasta
10 ml de Apifit por Kg de pasta
Modo de Aplicação
Dependendo do estado da força colónia, em especial o número de quadros de criação aberta, assim deverá ser estabelecida a quantidade.
Coloque entre 100 gramas (colónias mais fracas) a 300 gramas (colónias mais fortes), de 8 em 8 dias, até iniciar a floração principal (Final de Inverno) ou até iniciar o Inverno ou floração que não justifique a alimentação (Outono).
Acompanhe a alimentação proteica com xarope de glucose e frutose (Meliose 392176 ou Frutomix79.
Mais informações em:
EMAIL: info@valedorosmaninho.com
TELEFONE: 961 655 294
www.valedorosmaninho.com
João Tomé
…um apicultor, pela apiculura…