Mais uma época de criação de rainhas que se aproxima… e mais uma vez o “bichinho” começa a mexer na barriga. Nada mais do que sinais de ansiedade por mais um ano onde iremos por em prática tudo aquilo que aprendemos nos anos anteriores de forma a melhorar cada vez mais a qualidade das nossas rainhas.
Apesar de esperarmos aumentar a produção de rainhas para cerca de 3000, este ano fomos surpreendidos pela aquisição total das nossas rainhas, por parte de meia dúzia de clientes, apesar da grande maioria ser para consumo da nossa exploração.
Iremos ter rainhas disponíveis apenas caso alguns dos clientes desistam de algum “lote”, permitindo fornece-las a terceiros.
Esta decisão leva-nos a ter de dar algumas dicas a alguns clientes, de forma a que possam filtrar o mais possível os criadores a quem se dirigir, pois cada vez mais surgem anúncios online de venda de rainhas “selecionadas“, sendo de todo importante saber a quem estamos a comprar o futuro da nossa exploração apícola.
Alguns conselhos a seguir à regra:
– Evitar comunicar e fazer a encomenda apenas por email. Telefonar e falar diretamente com o criador é importantíssimo, pois para os mais experientes depressa nos apercebemos se estamos a falar com alguém com Know how na matéria;
– Perceber qual o efetivo de colmeias que o criador possui. Menos de 100/200 colmeias em produção, será muito difícil fazer uma seleção genética correta e ter boas condições para criar rainhas com qualidade;
– Visitar as instalações do criador. Quando nos fecham as portas devemos desconfiar seriamente;
– Tentar que o criador nos deixe recolher com ele as rainhas. Desta forma ficaremos a conhecer a estação de fecundação, bem como as condições de trabalho do criador;
– Obter garantias que as rainhas fecundadas tenham mais de 21 dias de idade. Quanto menor for a idade, maior será o insucesso nas introduções;
– Obter garantias que as rainhas foram recolhidas após ser comprovada uma boa postura;
– Desconfiar quando nos pedem dinheiro adiantado, principalmente para pequenas quantidades de rainhas;
– Garantir que as rainhas venham marcadas com tinta acrílica. As rainhas pintadas com as típicas canetas “POSKA”, depressa perdem a cor. Um criador experiente não tem qualquer problema em agarrar à mão as rainhas e pinta-las da maneira mais correta;
– Garantir que as caixas de expedição venham com verdadeiro “candy”. É comum colocar-se alimento sólido, que poderá secar rapidamente, ou pior, derreter. Se o candy for feito com mel, obter garantias que o mel é esterilizado;
– Pedir ao criador conselhos para a introdução das rainhas. Ninguém melhor que ele saberá como as introduzir corretamente. Desconfiar se não nos sabe aconselhar os vários métodos possíveis;
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Estes são os principais conselhos que achamos serem mais importantes. Outros poderiam ser descritos, mas estaríamos a entrar em pormenores desnecessários.
É de todo importante existirem cada vez mais criadores de abelhas rainhas em Portugal, principalmente para consumo da própria exploração, contudo também é de todo importante começarem-se a criar critérios de avaliação dos criadores a quem compramos rainhas, pois como costumamos dizer… é fácil criar rainhas, mas rainhas de qualidade… é outra música.
Aproveitamos para anunciar que em Março iremos abrir as inscrições para a nossa formação de “Criação de abelhas rainhas em modo profissional”, que irão decorrer nos primeiros fins de semana de Maio, onde, este ano irá haver algumas novidades.
João Tomé
…um apicultor, pela apicultura…