A pouca literatura que existe sobre a abelha ibérica leva a que tentemos complicar aquilo que é fácil, especialmente quando misturamos informação e em vez de simplificar e aumentarmos a taxa de aceitação, complicamos tudo.

Introduzir rainhas da raça ibérica é simples e em condições normais as taxas de aceitação são elevadas, contudo, cada vez nos chegam mais casos de insucesso de rainhas compradas a outros criadores, o que nos leva a acreditar, tendo já comprovado num caso concreto que estão a trabalhar com híbridos que se assemelham à abelha ibérica, mas que pertencem a linhagem C, levando ao insucesso e falta vontade de comprar novamente rainhas.
Para ajudar os nossos clientes produzimos um guia de introdução de rainhas de forma a aumentar o sucesso na introdução e uso das rainhas que fornecemos.


1 – DESDOBRAMENTOS
a) – Fazer os desdobramentos apenas 1 quadro de criação opérculada, 1 quadro de criação aberta e 1 com mel e pólen;
b) – Quanto mais forte ficar o enxame maior será a taxa de insucesso na introdução de rainhas;
c) – Evitar fazer desdobramentos apenas com criação operculada. É obrigatório haver sempre criação aberta;
d) – Misturar abelhas de pelo menos duas colmeias; cada quadro de abelhas introduzido deverá ser de colmeias diferentes para que fiquem abelhas misturadas com distintas feromonas;
e) – Introduzir as rainhas ou alvéolos nas 24 a 48 horas seguintes e alimentar, contudo, caso tenha misturado abelhas de diversas colmeias, pode introduzir as rainhas no momento de fazer os desdobramentos, evitando deslocações desnecessárias;
f) – Não é necessário retirar as amas que acompanham as rainhas, pois as mesmas acabam por ser importantes na comunicação e transmissão das feromonas da rainha, com as abelhas do desdobramento;


g) – Retirar a patilha do candy da caixa de introdução e colocar a caixa com o candy voltada para baixo, no meio dos quadros de criação;
h) – Após verificarmos que as rainhas já fecundaram ou foram aceites deveremos reforçar com mais quadros de criação e alimento (opcional, dependendo dos objectivos, da época do ano ou potencial apícola da zona);
i) – Abrir os núcleos apenas durante o final do dia/inicio noite; É importantíssimo abrir os núcleos quando as abelhas já não saem/voam por estar escuro, caso contrário irá haver muita deriva de abelhas e ficaremos com núcleos fracos e outros muito fortes, pois receberam as abelhas fruto da deriva;
j) – Alimentar após introdução das rainhas; a alimentação acalma as abelhas, aumentando também a taxa de aceitação e até mesmo fecundação das rainhas;
l) – Evitar colocar os núcleos em linha; no caso de rainhas virgens e alvéolos reais, os núcleos devem ser colocados de forma aleatória e separados pelo menos 2 metros entre si, de forma a minimizar o risco de deriva das rainhas quando chegam após fecundar;
m) – Alvéolos reais e rainhas virgens, após introdução, verificar a fecundação unicamente após 20 dias; apesar de sabermos que algumas rainhas começam a colocar ovos após 10 dias do seu nascimento, devemos dar tempo às outras que levam mais tempo e além do mais, tempo às rainhas que coloquem ovos sem ser perturbadas;


n) – Com as rainhas fecundadas, podemos verificar 10 dias depois, pois também temos de dar tempo à rainha que seja bem aceite e inicie a postura sem qualquer perturbação;
o) – Desdobramentos em dias de calor, quando estamos a colocar os quadros das abelhas nos núcleos, podem borrifar as abelhas com água, de forma a acalmar as mesmas. Com o calor as abelhas ficam muito activas, sendo esta operação importante para arrefecer e humedecer os desdobramentos; após desdobramento, colocar as caixas à sombra.
p) – Em épocas de muito calor também é recomendável colocar os núcleos fechados durante 24/48 horas num local escuro e frio, sendo o frio muito importante para “unir” as abelhas que têm distintas proveniências, algo que acontece de forma natural em épocas do ano que as noites estejam frias (primavera e outono);
2 – SUBSTITUIÇÃO DE RAINHAS VELHAS


a) – Aproveite épocas do ano em que as colmeias estejam mais fracas (inicio da primavera ou Outono), ou seja possível enfraquecer as mesmas a partir de desdobramentos (durante a primavera ou após cresta);
b) – Evite substituir rainhas em colónias fortes; Quanto mais forte estiver a colónia maior será a taxa de insucesso na introdução;

c) – Encontre e mate a rainha velha, introduzindo as rainhas novas 48 horas depois; Também é usada com muito sucesso a morte das rainhas 7 dias antes da introdução das rainhas novas, contudo obriga à destruição dos alvéolos reais; Em colónias fracas ou que foram bastante enfraquecidas pelos desdobramentos, ficando reduzidas a 4 ou 5 quadros de abelhas pouco povoados, pode introduzir as rainhas logo após a morte da rainha velha;

d) – É recomendado usar rainhas fecundadas para a substituição de rainhas velhas, pois aumenta consideravelmente a taxa de sucesso;

e) – Alimentar nas semanas seguintes com alimento estimulante;
3 – CUIDADOS A TER COM AS RAINHAS


a) – Após receber as rainhas, deverá manter as mesmas dentro de casa, longe da exposição solar e calor; Coloque num local calmo com ambiente escuro; Não é necessário ter uma estufa;
b) – Caso os dias estejam quentes e secos, abra a caixa e coloque um pano bem húmido em cima das caixas de expedição (não necessita dar água às abelhas, pois a humidade que é transferida do pano húmido para o candy é suficiente);

c) – Introduzir as rainhas logo que possível, pois quanto mais cedo for a introdução maior será o sucesso de aceitação; contudo poderá manter as mesmas até 8 dias sem qualquer problema, bastando repor o candy consumido; Após 8 dias, é conveniente substituir as abelhas amas por abelhas amas novas;
“O sucesso na introdução e fecundação de rainhas é um conjunto de pormenores que devem ser respeitados, pois todos eles são importantes. Quantos mais pormenores respeitarmos, maior será a taxa de sucesso”
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